MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS DA COMUNHAO
O Ministro Extraordinário da Comunhão — e não da Eucaristia, visto que apenas os sacerdotes são ministros da Eucaristia, e a função dos ministros extraordinários da comunhão exerce-se apenas na sua distribuição — que surgiu na Igreja após o II Concílio Vaticano, é um leigo a quem é dada permissão, de forma temporária, auxiliar em caso de necessidade, ou seja, quando não houver ministros ordenados (bispo, presbítero ou diácono) disponíveis ou em número suficiente, nas seguintes funções:
- Distribuir a comunhão aos fiéis na missa; e fora da missa aos doentes ou pessoas idosas;
- Levar o viático aos doentes;
- Expor o Santíssimo Sacramento para adoração dos fiéis, na ausência do Presbítero (sem a bênção).
(in Paróquia São João de Deus)
ACÓLITOS
A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Dado que se pode acompanhar alguém indo à frente, ao lado ou atrás de outras pessoas, acólito é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar.
Quem é que o acólito acompanha e serve? Em primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da missa, que tanto pode ser o bispo como o presbítero; em segundo lugar acompanha e serve o diácono, o ministro extraordinário da comunhão, ou outras pessoas que precisam de ser ajudadas durante a celebração. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas responsáveis por essas mesmas celebrações.
Quando é que o acólito começa a ajudar e a servir o presidente da missa? Quando o bispo ou o presbítero, na sacristia, tomam as suas vestes. Já então o acólito deve estar vestido e pronto, para poder ajudar. Depois, acompanha-os na procissão de entrada, indo à frente. Durante a missa, o acólito está sempre atento ao que o bispo ou o presbítero precisam, para lhes apresentar umas vezes o missal, outras vezes as coisas que eles colocam no altar, ou para os acompanhar quando vão distribuir a comunhão aos fiéis. Por fim, quando o presidente regressa à sacristia, o acólito vai à sua frente e ajuda-o a tirar as vestes e a guardá-las.
Só depois de tudo isso feito é que o acólito pensa em si próprio. No fim de ter ajudado o presidente da celebração, também ele tira a sua túnica e a guarda. Enquanto faz tudo isso, agradece a Jesus por ter estado a servi-lo na pessoa dos seus ministros, e pode lembrar-se daquela palavra do Senhor: ‘Tudo aquilo que fizestes a um dos meus irmãos, mesmo aos mais pequenos, foi a mim que o fizestes’.
Podemos então dizer que o acólito, desde o princípio até ao fim da missa, acompanha, ajuda e serve o próprio Jesus. Ele não o vê com os seus olhos; mas a fé ensina-o. Um verdadeiro acólito vai descobrindo isto cada vez mais. Se um acólito não o descobre, corre o risco de se cansar de ser acólito. Mas se o descobre e acredita nisso, então vai desejar sempre ser escolhido para acólito, em cada domingo.
(in Serviço Nacional de Acólitos)
LEITORES
O grupo de leitores paroquial é formado por homens e mulheres de todas as idades que prestam o serviço da proclamação da palavra em contexto celebrativo.
A Palavra de Deus na celebração litúrgica deve ser proclamada com simplicidade e autenticidade. O leitor, em resumo, deve ser ele mesmo e proclamar a Palavra sem artifícios inúteis. De facto, uma regra importante para a própria dignidade da liturgia é a da verdade do sinal, que afeta tudo: os ministros, os símbolos, os gestos, os ornamentos e o ambiente.
Também é preciso solicitar a formação do leitor, que se estende a três aspetos fundamentais:
1: A formação bíblico-litúrgica
O leitor deve ter pelo menos um conhecimento mínimo da Bíblia: estrutura, composição, número e nome dos livros do Antigo e Novo Testamentos, seus principais gêneros literários (histórico, poético, profético, sapiencial etc.). Quem vai ler na missa precisa saber o que vai fazer e que tipo de texto vai proclamar.
Além disso, precisa ter uma preparação litúrgica suficiente, distinguindo os ritos e suas partes, e sabendo o significado do próprio papel ministerial no contexto da Liturgia da Palavra. Ao leitor corresponde não só a proclamação das leituras bíblicas, mas também a das intenções da oração dos fiéis e outras partes que lhe são designadas nos diversos ritos litúrgicos.
2: A preparação técnica
O leitor deve saber como chegar ao ambão e posicionar-se nele, como usar o microfone e o lecionário, como pronunciar os diversos nomes e termos bíblicos, de que maneira proclamar os textos, evitando uma leitura apagada ou enfática demais.
Precisa ter clara consciência de que exerce um ministério público diante da assembleia litúrgica: sua proclamação, portanto, deve ser ouvida por todos. o “Verbum Domini” com o qual termina cada leitura não é uma constatação (“Esta é a Palavra do Senhor”), mas uma aclamação repleta de assombro, que deve despertar a resposta agradecida de toda a assembleia, o “Deo gratias”: “Graças a Deus”.
3: A formação espiritual
A Igreja não contrata atores externos para anunciar a Palavra de Deus, mas confia este ministério aos seus fiéis, porque todo serviço à Igreja deve proceder da fé e alimentá-la. O leitor, portanto, precisa procurar cuidar da vida interior da Graça e dispor-se com espírito de oração e olhar de fé.
Esta dimensão edifica o povo cristão, que vê no leitor uma testemunha da Palavra que proclama. Esta, ainda que seja eficaz em si mesma, adquire também, da santidade de quem a transmite, um esplendor singular e um ministério atrativo.
Do cuidado da própria vida interior do leitor, além do bom senso, dependem também a propriedade dos seus gestos, do seu olhar, do seu vestir e do penteado. É evidente que o ministério do leitor implica uma vida pública conforme os mandamentos de Deus e as leis da Igreja.
Ler na missa é uma honra, não um direito!
Esta tripla preparação deveria constituir uma iniciação prévia à assunção dos leitores, mas depois deveria continuar sendo permanente, para que os costumes não se percam. Isso vale para os ministros de qualquer grau e ordem.
É muito útil para o próprio leitor e para a comunidade que todo leitor tenha a coragem de verificar se ele tem todas estas qualidades e, caso elas diminuam, saber renunciar a esta função com honradez.
Realizar este ministério é certamente uma honra, e na Igreja isso sempre se considerou assim. Não é um direito, mas um serviço em prol da assembleia litúrgica, que não pode ser exercido sem as devidas habilitações, pela honra de Deus, pelo respeito ao seu povo e pela própria eficácia da liturgia.
(in Enrico Finotti, liturgista)
CORO LITURGICO
Do latim, chorus (grego oros ou choros), o coro é um grupo de pessoas que cantam ou dançam. Santo Isidoro define-o como «multitudo canentium», grupo de cantores. Fala-se de «coro de virgens» ou de «coro de anjos», e aplica-se igualmente aos «religiosos de coro» ou ao grupo de clérigos que cantam na celebração comunitária. Por isso, fala-se de «reza coral» ou «canto coral».
A palavra indica também, por extensão, o lugar que o grupo de cantores ocupa na igreja: espaço que, às vezes, é uma verdadeira obra de arte, com os seus assentos decorados, situado no centro das igrejas antigas – sobretudo nas catedrais e mosteiros – para a oração dos clérigos ou dos religiosos, ou o coro situado ao fundo da igreja num nível mais alto, ou a um lado do presbitério, sempre com alguma distinção no que respeita à nave dos outros fiéis.
O grupo de cantores – também chamado «coral» e «schola cantorum» – que atua na celebração, exerce um ¬ministério nobilíssimo em favor da assembleia cristã celebrante. O canto entrou, a pouco e pouco, nas diversas igrejas, primeiramente, terá sido sua protagonista a própria comunidade, ajudada, sobretudo, pelo canto do salmista. Mas, a partir do século VI, foi-se potenciando a «schola», o grupo de cantores que se preparavam para o cada vez mais complicado canto em latim, fazendo de ponte entre os fiéis e o sacerdote, até chegar a assumir quase todos os cânticos que, em tempos recuados, eram próprios do povo.
O coro, às vezes, acompanha com o seu canto o da comunidade ou alterna com ela. Outras vezes, os membros do coro ou «schola» cantam sós, por exemplo, no ofertório ou na Comunhão, criando um clima de oração festiva.
É indubitável o benefício que trazem à comunidade celebrante estes coros que, depois de aturados ensaios e esforços, realizam o seu ministério litúrgico na celebração. Não são só virtuosos da música ou profissionais que atuam, mas crentes – adultos, jovens ou crianças, os «pueri cantores» – que celebram eles próprios e, além disso, ajudam que toda a comunidade se sintonize melhor com cada momento da celebração. Por isso, se recomenda, encarecidamente, que existam estes coros nas catedrais, paróquias, seminários, casas religiosas (cf. SC 114 e MS 19).
(in José Aldazábal)
SERVIÇO DE SACRISTIA
Um dos ministérios mais característicos e visíveis que se confiam aos leigos é o de sacristão ou sacristã, também denominados zeladores da sacristia e que, segundo a Introdução ao Missal é aquele «exerce uma função litúrgica» («munus liturgicum exercet») (IGMR 105 a).
Os membros do serviço da sacristia parecem não ter uma intervenção direta na própria celebração, como o leitor, o acólito ou o cantor. Contudo, e apesar do serviço oculto, eles têm uma inegável influência no desenvolvimento da celebração, pois deles depende a preparação e manutenção de tudo o que lhe é necessário.
Devem em primeiro lugar cuidar da sacristia, o lugar onde se conservam os diversos elementos da celebração, com ordem e limpeza: túnicas, casulas, cíngulos, amitos, dalmáticas, véus de ombros e demais vestes litúrgicas. Cuidam de levar, engomar e tratar de cada pano usado que é usado em todas as celebrações. Igualmente zelam pelo cuidado e manutenção das alfaias litúrgicas, isto é, cálices, píxides, patenas, galhetas, turíbulo, livros, etc…
Também é da sua competência o cuidado do espaço geral da igreja, sobretudo o altar e o ambão, mas também dos outros espaços onde se desenrolam ações litúrgicas como o baptistério ou a capela do Santíssimo.
No serviço da sacristia muitas vezes recai a missão de ligar os outros ministérios como os acólitos, leitores, ministros extraordinários da comunhão, catequistas e os próprios celebrantes.
Juntamente com o serviço da sacristia trabalha o serviço de limpeza e ornamentação da igreja